De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, atualmente vemos o mundo em grande turbulência econômica. A crise mundial provocou (e vem provocando) mudanças significativas na maneira de se fazer negócios, e na maneira de administrar. É notório que grandes empresas, outrora inabaláveis, estão sofrendo com essa turbulência. Alguns especialistas econômicos vêm à mídia e concordam sobre previsões não otimistas, a curto prazo, para o desfecho dessa crise mundial. Diante de tais fatos surge uma pergunta: O que fazer?
Glauco explica que a primeira coisa que precisamos entender é o significado da palavra crise. Se olharmos para a palavra “krisis”, no grego, que é a derivação da palavra “krima”, significa decisão de um árbitro, seleção, separação, disputa. Portanto, podemos assim dizer que o significado de crise aqui é “um momento de decisão que pode tornar a vida muito melhor pela contemplação de oportunidades que possam surgir”. Na verdade, o sentido da palavra grega crise é um momento de “peneirar” as decisões. Vemos, portanto, que as crises são eventos que, quando surgem, além de seus efeitos negativos, também pode produzir oportunidades.
Em segundo lugar,destaca Glauco, a crise está, de certa forma, ligada a inovação. Inovação tem a ver com mudanças, é fazer as coisas de forma diferente, criar algo novo, buscar transformar o ambiente onde se está inserido. Dessa forma, a crise permite, na seleção de oportunidades, a inovação através de produtos e serviços que possam servir de meio para a superação das crises. Assim, é nesse sentido que, por meio de inovações diante das crises, está a prática do empreendedorismo. O empreendedorismo é fazer algo novo, diferente, mudar a situação atual e buscar novas oportunidades de negócios, tendo como foco a inovação e a criatividade.
Para Glauco, “a inovação é o instrumento específico do empreendedor, o meio pelo qual ele explora as mudanças como oportunidade para um negócio diferente. Os empreendedores precisam buscar, de forma deliberada, as fontes de inovação, as mudanças e seus sintomas que indicam oportunidades para que uma inovação tenha êxito”. Portanto, o empreendedor não fica esperando pela inovação, pelo contrário, o empreendedor busca a prática da inovação. Os empreendedores querem ir além, querem mudar, não se contentam com a mesmice.
Observamos, então, que as crises podem se tornar ótimos caminhos para as oportunidades de novos negócios. Isso não significa que a prática do empreendedorismo é apenas para aqueles que têm seu próprio negócio, sua independência financeira, mas a prática do empreendedorismo pode ser encontrada, e até mesmo desenvolvida, internamente nas empresas, a isso chamamos de “empreendedorismo corporativo”.
Para Glauco, “o empreendedorismo corporativo é o processo pelo qual um indivíduo ou um grupo de indivíduos, associados a uma organização existente, criam uma nova organização ou instigam a renovação ou inovação dentro da organização existente”. Assim, o empreendedorismo corporativo pode ser considerado uma nova forma de tomada de decisões estratégicas e estruturais na organização.
Entretanto, nesse processo de buscar o novo, novas formas de se fazer negócios, existe um fator preponderante e latente, o risco. O conceito de risco aqui deve ser efetivamente calculado, já que há mais riscos quando se tenta implementar algo totalmente novo do que permanecer no “status quo”.