Em vez de funcionários que apenas recebem e cumprem ordens, como seria se as equipes fossem formadas por pessoas de postura empreendedora? Um ambiente de muita criatividade e liberdade seria problemático? O líder perderia o controle dos talentos? A resposta é negativa para todas essas questões. Incentivar profissionais a criarem seus caminhos pode trazer benefícios muito maiores do que o esperado. De início, pode parecer complicado, mas implantar um modelo de gestão descentralizado vale a pena.
O empresário Glauco Diniz Duarte diz que quando o colaborador se sente parte da empresa em que trabalha, naturalmente se torna mais propício a chamar para si responsabilidades e cultivar um comportamento mais colaborativo. A proatividade entra no lugar da indiferença pelo trabalho. Glauco explica que as vantagens do empreendedorismo interno são para todos os envolvidos. “O funcionário ganha em aperfeiçoamento e desenvolvimento profissional, e a empresa pode obter mais em produtividade e em resultado”, afirma.
Como substituir um modelo que concentra liderança em uma figura de chefia pela administração descentralizada? Existem fatores essenciais para a criação desse ambiente. Vejamos alguns deles:
Liberdade
Todo líder deve orientar, conduzir, aos objetivos a serem alcançados. É papel dele criar condições para os colaboradores utilizarem mais suas inteligências e conhecimentos, e explorem melhor seus talentos. O cenário descrito pode ser traduzido em uma palavra: liberdade. Ao receber um nível interessante de autonomia, o colaborador será mais motivado a mostrar suas capacidades e inputs, podendo trazer coisas completamente novas ao jogo.
Comunicação aberta
Para que colaboradores sintam que podem contribuir, é preciso manter a comunicação mais clara e aberta possível. Não basta dizer que não há barreiras, é preciso demonstrar com ações que qualquer pessoa pode e será ouvida na empresa. Assim, abrir a comunicação não é colocar uma caixinha de sugestões na sala e esperar as ideias aparecerem, mas sim estimular a colaboração verbal face a face, não esquecendo de estimular e dar feedback construtivo. Um dos pilares para que isso funcione é a confiança entre a equipe, que precisa ser fomentada pelo líder.
Orientação
Para que as coisas não fujam ao controle, é preciso que a administração assuma o papel de orientar a equipe, que é diferente de simplesmente distribuir ordens e tarefas. Para isso, a alta direção precisa assumir uma postura didática e não operacional, buscando compartilhar e facilitar o conhecimento entre colaboradores, e preparando-lhes para que tomem as melhores decisões. Para que esse modelo funcione, é preciso que, em vez de chefes, tenhamos conselheiros genuinamente preocupados em estimular e reconhecer o trabalho de suas equipes.