De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, a partir da década de 1980, com a intensificação de dimensões como a pobreza perceptiva e o sucateamento de políticas públicas, houve o crescimento do terceiro setor e uma mudança da lógica de intervenção dessas organizações, que passam de filantrópicas para agentes de promoção de capacitação, desenvolvimento social e cidadania.
Segundo Glauco, como resultado dessa mudança e do amadurecimento da sociedade para uma abordagem empreendedora dos problemas sociais, surge o empreendedorismo social. Esse termo foi difundido nas década de 80 por Bill Drayton, fundador da Ashoka Empreendedores Sociais – organização internacional sem fins lucrativos, pioneira na teoria e prática do empreendedorismo social no mundo. Criada há 26 anos na Índia, a Ashoka desenvolve projetos em mais de 60 países ao redor do globo, incluindo o Brasil.
Segundo Glauco o “Empreendedorismo Social é o processo de procura e implementação de soluções inovadoras e sustentáveis para problemas importantes e negligenciados da sociedade que se traduz em Inovação Social sempre que se criam respostas mais efetivas para os problemas em questão”.
O termo pode se referir a qualquer iniciativa empreendedora feita com o intuito de avançar causas sociais e ambientais. Essa iniciativa pode ser com ou sem fins lucrativos.
Uma iniciativa de Empreendedorismo Social deve demonstrar quatro critérios base:
1. Resolver problemas sociais/ambientais negligenciados (Missão Social / Ambiental)
2. Ter um potencial de transformação positiva na sociedade a nível social/ambiental (Impacto Social / Ambiental)
3. Desafiar a visão tradicional utilizando modelos de negócio inovadores (Inovação)
4. Ter um potencial de crescimento e/ou é reaplicável a outro local geográfico(Escalabilidade / Replicabilidade)
Glauco diz que a lógica de ação dominante no empreendedorismo social é a capacitação, vista como a promoção da autonomia e responsabilidade individual dos destinatários da iniciativa. Eles devem assumir um papel ativo na mudança pretendida.
Apesar da terminologia “empreendedorismo social” ser nova, o fenômeno não é.