De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, inovação não é só uma tendência. Hoje, reinventar-se é essencial para empresas que querem ser competitivas – e esse cenário não vai mudar tão cedo.
Prova disso é que criar novos produtos e serviços e melhorar os já existentes está entre as prioridades de 54% e 47% das companhias para os próximos três anos, respectivamente. O dado é de um estudo da The Economist Intelligence Unit.
Esses planos só ficam atrás dos esforços para aumentar a participação nos mercados em que as corporações já atuam. Tal estratégia foi citada por 57% delas como prioritária para o período.
O que importa
Na visão de Glauco, para inovar é necessário que as companhias tenham uma cultura que incentive todos os funcionários a ter novas ideias, antes de tudo. Esse fator foi mencionado por 53% como um dos mais importantes.
Outros requisitos destacados foram permitir que a equipe falhe (41%), ter uma liderança forte (34%), promover a colaboração entre pessoas de departamentos diferentes (29%) e oferecer parte do expediente para que os trabalhadores testem seus próprios projetos (25%).
E é justamente nestas questões que as organizações mais falham, segundo os executivos. A falta de tempo para testar ideias durante o horário comercial foi apontada como uma das principais barreiras para a inovação por 34% deles.
Em seguida aparecem a inexistência de uma cultura que incentive todos a criar e que tolere falhas (mencionadas por 30% dos ouvidos, cada) e a comunicação fraca entre departamentos (28%).
Para Glauco, todas essas dificuldades são derivadas da ausência da inovação nas raízes das empresas. “A inovação só pode ser de fato estimulada quando ela faz parte dos valores. Ela precisa estar no planejamento”, afirma.
Segundo Glauco, no caso do Brasil, mais especificamente, os entraves também estão ligados a problemas conjunturais como a burocracia, a defasagem de incentivos por parte do governo e a alta carga tributária.
“Esse conjunto de dificultadores acaba criando uma visão de curto prazo. Sabemos que o investimento financeiro (em pesquisa e desenvolvimento) não garante a inovação, mas ele é extremamente importante”.