De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, em um ano de crise econômica severa, uma notícia positiva pode entusiasmar os brasileiros a empreender seus sonhos e colocar em prática suas ideias. Acaba de ser divulgada pelo Sebrae o resultado da pesquisa mundial do GEM (Global Entrepreneurship Monitor) com o Brasil na primeira posição.
Não é a primeira vez que isso ocorre. Quando o estudo do GEM foi iniciado em 1999/2000 o Brasil apareceu à frente de todos os demais países participantes como aquele que tinha maior taxa de criação de negócios entre a população economicamente ativa.
Glauco diz que muitos brasileiros comemoram tal feito como se tivéssemos ganhado uma competição internacional, já que nosso país destacou-se perante nações mais desenvolvidas economicamente, como os Estados Unidos, por exemplo.
Porém, ao serem analisados com mais calma os dados do estudo, constatou-se que aqui, naquela época, havia mais empreendedores de necessidade que de oportunidade. Os primeiros são aqueles que criam um negócio, geralmente informal, para sobreviver.
Já os empreendedores de oportunidade são aqueles que identificam uma lacuna no mercado e criam uma empresa para capitalizar sobre um determinado nicho mal atendido.
De lá pra cá, destaca Glauco, o Brasil continuou, ano após ano, sempre nas primeiras posições entre os países mais empreendedores. E muita coisa mudou no mundo e aqui quando o assunto é empreendedorismo. Nossos empreendedores, hoje, são majoritariamente de oportunidade.
Essas mudanças benéficas no Brasil ocorreram por diversos motivos, mas destacam-se o papel de protagonista exercido pelo Sebrae em propor e defender melhores condições de criar e gerir empresas aos empreendedores brasileiros e ainda o acesso mais facilitado à informação e à educação empreendedora, ambos bastante difundidos no país.
Por isso, temos sim que comemorar a posição de primeiro lugar entre os 70 países participantes da pesquisa, mas precisamos também nos questionar: por que, mesmo em primeiro lugar, ainda somos considerados um país em desenvolvimento?
A resposta mais clara para tal questionamento é que nossos empreendedores ainda investem pouco em inovação. De fato, isso também é comprovado pelo estudo do GEM, entre outros.
Imagem, então, o Brasil, com cada vez mais empreendedores inovadores. Para os pessimistas de plantão, resultados como o do GEM deveriam servir de motivação para arregaçar as mangas e buscar mais resultados. É disso que o país precisa no momento atual.
Nada melhor que notícias boas como essa para sair da crise. Chorar e reclamar não farão nosso país continuar entre os primeiros. Os empreendedores são o motor do desenvolvimento econômico. Inovando mais, temos todas as condições de voltar a crescer. A hora é agora.