O empresário Glauco Diniz Duarte diz que a cultura empreendedora em nosso país vem crescendo e, diante disso, alguns questionamentos pertinentes ao processo educacional deste público vêm crescendo de forma significativa.
De acordo com o Relatório GEM (Global Entrepreneurship Monitor) 2015, 49,5% das pessoas que responderam à pesquisa que deu origem a este relatório, encontram dificuldades em empreender por medo do fracasso. Em relação ao ano de 2014, este número aumentou quase 10%, o que se constitui como em função das estruturas políticas e econômicas que se alteraram de um ano para o outro.
Já com relação aos processos de Educação e Capacitação, quase 50% acreditam que isso é um fator limitante no processo de empreendimento em negócios próprios.
Quando estes dois fatores se mesclam, destaca Glauco, leva – se à um cenário onde empreender se torna uma atividade com risco potencial aumentado. Portanto, alguns desistem da tarefa de fazê – lo, muito embora o mesmo relatório mencione que houve um aumento no percentual das pessoas que desejam empreender (34,5% das pessoas pesquisadas).
Diante deste cenário, várias pessoas (principalmente meus alunos!) me procuram para saber o que fazer considerando o atual cenário para vencer tanto o medo quanto para minimizar a possibilidade de fracasso. Parte da resposta que ofereço à estas pessoas irei mencionar aqui. De repente, algumas outras pessoas podem ter suas perguntas respondidas.
Glauco lista abaixo algumas questões:
I. MOTIVAÇÃO
Quais os motivos que te levaram a empreender?
Basicamente, existem dois tipos de motivações: as extrínsecas e as intrínsecas.
Primeiro, vamos compreender um pouco sobre cada uma delas.
A motivação extrínseca está relacionada aos fatores externos a nós. Situações e aos fatores externos como um carro novo, comer doce depois do almoço (caso coma todo o almoço), premiações de campanhas para a equipe comercial e outros elementos que faz com que busquemos o alcance de uma meta.
Já a motivação intrínseca está relacionada à força interior. A grande vantagem desta em relação à anterior, é que, de acordo com toda a teoria psicológica sobre esse assunto, é que somos capazes de a mantermos ativa mesmo diante da adversidade. Está relacionada diretamente aos interesses e aspirações individuais. Em um panorama mais específico, Glauco acredita que podemos dizer que estão relacionados aos nossos sonhos.
Voltando ao tema em questão, percebe – se que se as motivações que te levam a empreender são extrínsecas, podem se mostrar muito efêmeras e contribuir para que você desista dos seus projetos mesmo antes de eles começarem.
Por outro lado, com as motivações intrínsecas é possível que o seu empreendimento vá em frente. Caso você esteja pensando em empreender, comece a pensar nos seus sonhos e aspirações e veja aquela que mexe mais com seus sentidos. Aquela que “faz realmente seu corpo tremer” e que você faria o impossível pra alcançar.
II. A IDEIA INICIAL
Quais são os seus Hobbies? É possível converter seus hobbies em uma atividade lucrativa? Qual o modelo de negócios que mais se aproxima das suas aspirações pessoais? Você já pensou em como vai fazer para conduzir os seus negócios?
Claro que se o negócio está fundamentado no que tez faz bem e feliz, tem chances muito maiores de dar certo!
Outra coisa: É necessário entender que sua vida e a vida da empresa são distintas e que cada uma delas precisa ser devidamente ajustada uma à outra. Há de se convir que é necessário que haja congruência entre as duas.
III. TER DISPOSIÇÃO PARA APRENDER
Não é possível desenvolver negócio algum se você não está disposto a aprender sempre!
É cultural em nossa comunidade acreditarmos que, para que uma pessoa tenha sucesso, é necessário que passe pela Universidade ou por uma Faculdade. Sinto informar, mas isso não é verdade.
Concluir o nível superior não é garantia de sucesso. Mas estudar e aplicar os conhecimentos obtidos na aprendizagem, sim. Tenho certeza que você conhece pessoas ao seu redor que estudaram muito, mas não tem retornos financeiros interessantes enquanto outras que tem menos instrução formal, vivem financeiramente bem melhor. Isso se deve à aplicação que foi dada ao conhecimento que obtiveram. Assim, não importa o seu nível de instrução! Desde que ela não seja determinante na área em que você pretende empreender, você pode obter resultados interessantes.
Contudo, se você se dedicou a empreender em algum segmento, procure estudar e compreender tudo o que ocorre neste segmento. Tenha pessoas ao seu redor que lhe deem bons aconselhamentos, leia livros, visite exposições, congressos, feiras…
Sobre qualquer segmento e qualquer empreendimento é necessário estudo e dedicação para que você não fique estagnado ou, ainda pior, venha à falência.
IV. ENVOLVIMENTO DE TODAS AS PARTES DO CÉREBRO
Qualquer pessoa, principalmente nós, empreendedores, devemos desenvolver a maior quantidade possível de habilidades para que possamos conduzir, da melhor forma possível, os nossos negócios.
Infelizmente, a escola brasileira atual não contribui muito para alguns tipos de desenvolvimento. Sendo assim, cada empreendedor precisa colocar todos os setores do cérebro para que possa trabalhar a nosso favor no maior potencial possível. E esse maior potencial pode ser desenvolvido de acordo com as nossas necessidades. É outro aspecto que pode ser desenvolvido com bons aconselhamentos, leia livros, visite exposições, congressos, feiras…
V. RELACIONAMENTO HUMANO
Não há empreendimento algum em que não haja a necessidade do relacionamento humano! A habilidade de se relacionar bem com as pessoas precisa ser desenvolvida caso queiramos que nossos empreendimentos obtenham sucesso realizando bons negócios.
Negociar, comprar, vender, alugar… Em todos os segmentos existentes até hoje necessitam, fundamentalmente da interação humana. E a parte boa da história é que é possível desenvolver esta habilidade também.
O elo entre as pessoas é o que mantém os negócios em pleno desenvolvimento ou, de outra forma, pode levar à falência. Mas posso garantir que a falta de habilidade na construção deste ele garante a falência. Ou melhor: faz com que seus planos nem saiam do papel.