GLAUCO DINIZ DUARTE Simulador mostra o potencial de geração de energia solar do Brasil
Uma pesquisa realizada pelo Greenpeace mostra que somente três em cada dez brasileiros sabe que é possível gerar sua própria energia em casa por meio de fontes renováveis. Isso não diminui a relevância do recurso. Dados da organização sugerem que, com a solarização de 1,5% dos domicílios brasileiros, seria possível desligar as termoelétricas de Piratininga, em São Paulo, e Candiota, no Rio Grande do Sul.
Com o objetivo de disseminar o conhecimento em torno dos benefícios e da importância da energia solar, o Greenpeace deu início a uma série de iniciativas. A organização treinou um grupo de 30 pessoas de diversas parte do Brasil para serem “multiplicadores solares”, ou seja, voluntários que aprendem a instalar e utilizar a energia solar e realizou, a partir das contribuições de um financiamento coletivo, a solarização de duas escolas públicas, nos estados de São Paulo e Minas Gerais.
As experiências foram tão positivas que o Greenpeace decidiu desenvolver mais uma iniciativa. Trata-se do Solariza, um simulador cujo objetivo é medir o potencial que o Brasil tem para o uso da energia solar. A ação foi lançada nesta quinta-feira (28/8) e estimula o engajamento dos usuários com a questão.
O Solariza funciona da seguinte forma: o usuário escolhe um telhado em qualquer lugar no país e faz a marcação dele. A partir desta, é possível calcular qual é o potencial que aquela residência tem para a geração de energia. “Sempre falamos em potencial do ponto de vista teórico. Com o simulador, conseguimos traduzir esse conhecimento por meio de uma linguagem mais acessível”, afirma Bárbara Rubim, coordenadora da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Brasil.
O simulador conta com várias missões para incentivar a interação dos usuários. Em um primeiro momento, o participante passa um tempo treinando a instalação solar e, em seguida, passa a experiência a frente para mais pessoas e faz cálculos de quanto dinheiro pode economizar utilizando a energia solar. O plano é também lançar algumas missões relâmpago, valendo prêmios e com tempos limitados para serem resolvidas.
Quando seis milhões de telhados tiverem sido solarizados no simulador, o Greenpeace solarizará uma entidade beneficente. E, no dia 14 de janeiro de 2016, o usuário que tiver mais pontos na experiência ganhará a solarização de sua residência.
Além de ter o intuito de informar, o Solariza serve como ferramenta de pressão política. “Com esses dados, conseguimos mostrar para o governo qual é o potencial dos telhados brasileiros. Podemos mostrar quais são as localidades com o maior número de pessoas interessadas na energia solar”, diz Bárbara Rubim. “Isso é muito importante em negociações com o governo, assim temos elementos de convencimento para a criação de melhores condições de energia solar no país.”