GLAUCO DINIZ DUARTE Usina solar fotovoltaica no interior paulista prevê economia mensal de R$ 300 mil
Sustentabilidade e economia são os principais fatores que levaram a Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) a firmar um investimento de R$ 12 milhões para a construção de uma usina solar fotovoltaica. No oeste do estado de São Paulo, em Presidente Prudente (SP), a obra de 35 mil m2 é realizada no campus II da universidade, cuja área total é de 2.005.938,0 m2. Tudo isso para a instalação de 9,6 mil módulos voltaicos, popularmente conhecidos por painéis solares, que devem gerar 4.500.000 kWh/ano, número que supera a geração anual de 10 municípios da região, de acordo com dados da Secretária de Energia e Mineração, órgão vinculado ao governo do estado.
O processo está avançado, com previsão de que já em setembro esteja em pleno funcionamento, de acordo com as empresas parceiras Sices Solar, Sunevo e Aevo, incumbidas da instalação da usina. “A Unoeste consome como uma usina e foi feito um estudo para não comprometer a rede de energia, junto com a concessionária. No que diz respeito ao consumo, a economia da universidade é de 100%”, conforme Gustavo Gravatá, responsável pela execução da obra e diretor do Grupo Aevo. Fatores que levam a obra ser tratada como a maior usina solar fotovoltaica do estado e uma das maiores do país, dentro do modelo de geração distribuída, são um sistema de geração conectado que produz até 5 MW, com base em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
“As obras iniciaram no fim de maio, após a Energisa emitir o parecer de acesso. Os primeiros trabalhos foram de limpeza do terreno, com terraplanagem e drenagem. Agora é realizada a cravação dos pilares onde serão montadas as mesas que receberão os módulos fotovoltaicos”, explica o diretor da Sunevo, Luiz Gustavo Lima. “Os módulos serão conectados e ligados ao Eletrocentro, que será o centro de comando da usina. Tudo será monitorado de forma on-line, para que qualquer falha que houver seja detectada imediatamente”, conta Lima.
Um mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), aponta que o Brasil acaba de atingir a marca histórica de 300 megawatts (MW) de potência instalada em microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica em residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos. E que a conversão direta da radiação solar em energia elétrica de forma renovável, limpa e sustentável, lidera com folga o segmento no país. Em breve, a cidade universitária da Unoeste passará a gerar sua própria energia, suprindo toda a demanda energética do local e com a possibilidade de a geração excedente contemplar parte da necessidade de outro campus. O suficiente para atender, por exemplo, 2,5 mil residências.
No mês de julho, a Aneel manteve a bandeira vermelha, o que significa que a tarifa está no nível mais alto da cobrança desde o mês de junho, em função do acionamento das geradoras térmicas para compensar os baixos níveis nos reservatórios de água no Brasil. Só no campus II, mais de 12 mil pessoas circulam diariamente, com abastecimento energético em cerca de 200 salas de aula, aproximadamente 60 clínicas e laboratórios, além do maior Hospital Veterinário da região, todos ambientes climatizados.
Unoeste Sustentável – Educação num ambiente inovador e contribuição na formação de profissionais comprometidos com a responsabilidade social e ambiental são aspectos que integram a missão da universidade. Para isso, várias ações são priorizadas no ambiente acadêmico, a exemplo do Programa Unoeste Sustentável. A usina solar fotovoltaica do campus II é vista como uma importante conquista para a universidade. O diretor geral da mantenedora da Unoeste, a Associação Prudentina de Educação e Cultura (Apec), Dr. Augusto Cesar de Oliveira Lima, disse que os projetos arquitetônicos dos novos campi de Jaú e Guarujá, que serão construídos nos próximos anos, já preveem a energia solar.