GLAUCO DINIZ DUARTE Projeto piloto será desenvolvido em Fernando de Noronha
O armazenamento de energia elétrica pode se tornar realidade em Pernambuco. É que a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) conduzirá um projeto piloto com essa finalidade no arquipélago de Fernando de Noronha a partir de um investimento de R$ 22,3 milhões – recurso capitaneado dentro do programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (P&D) regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Quando estiver operando, no fim de 2018, o sistema formado por baterias deve acumular, pelo menos, 20% do consumo diário da ilha; ou um quinto da energia consumida por todos os clientes da região por até três horas. A demanda média de Noronha chega a 2,6 Megawatts (MW) por dia e é atendida pelas usinas termelétrica (movida a diesel) e fotovoltaica (solar).
De acordo com o presidente da Celpe, Antônio Carlos Sanches, o projeto foi aprovado recentemente pela Agência reguladora e passará por testes nos próximos meses. “Sabemos que, além da usina Tubarão (térmica), a Ilha conta com duas usinas solares. Com intuito de evitar a geração de energia poluente e de potencializar as fontes renováveis, pensamos em armazenar a energia gerada por lá. Ou seja, enquanto tiver sol durante o dia, gera energia e guarda para o período da noite (quando a geração por fonte solar não é possível)”, explicou durante o workshop ‘Energia Renovável e Inovações Interconectadas: Mercados Sustentáveis do Século XXl’.
Ele acrescentou ainda que, por se tratar de um projeto P&D, várias empresas trabalharão de forma integrada. “No início, dois tipos de baterias (Íon-Lítio e Fluxo de Vanádio) serão testadas. Nesse processo, vamos avaliar o desempenho, a vida útil e a capacidade de armazenamento”, frisou Sanches, ressaltando que o projeto torna-se maior, pois visa integrar o sistema de geração atual ao futuro sistema de armazenamento, diminuindo assim a dependência de usinas geradoras de eletricidade alimentadas por combustíveis fósseis (poluentes).
“De fato, há uma tendência maior para reservar energia na medida em que projetos renováveis avançam no País. Mas vamos entender as dificuldades e o sistema. Após isso é que pensaremos em como expandi-lo para o restante da Ilha ou para outras localidades”, adiantou Sanches. As baterias serão desenvolvidas por fornecedores com tecnologias americana e espanhola. Gerente de projeto P&D da Celpe, Carlos Eduardo Soares falou que muitos serão os ganhos. “Haverá menor emissão de gás carbônico e pouco transporte de diesel através de barcos, além da possibilidade de substituir os geradores. Ou seja, a qualidade da energia será melhor”, disse.