Glauco Duarte Diniz – porque economizar energia elétrica significa também poupar os recursos naturais
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, o aquecimento global não é mais novidade. Teoricamente, grande parte das pessoas já sabe que precisamos tratar esse nosso planeta com muito mais carinho. Hoje se fala bastante em economizar água, luz e fazer reciclagem do lixo. Mas até que ponto as pessoas fazem essas pequenas ações que podem economizar recursos naturais e proteger o planeta?
O jornalista Carlos Penna não se considera um ecologista radical, mas valoriza o respeito com o meio-ambiente. Em vez do ar condicionado, ele optou por ventiladores de teto. A conta de luz é menor e o planeta agradece. Ele conta que só os mosquitos não gostaram muito.
“O ar circula, eu não tenho problema com agressão à camada de ozônio, o ar condicionado aumenta muito a eletricidade em relação a um ventilador de teto. E também tem uma coisa interessante: eu diminuo o consumo de inseticida, porque o ventilador de teto não permite que os mosquitos voem. São pequenas coisas que vão se somando e colaborando, né? Agora, meu sonho mesmo no momento é poder botar um catavento para produzir energia elétrica a partir de geração eólica.”
Carlos está fazendo uma pós-graduação em fontes de energia renováveis e pretende instalar um catavento para gerar energia a partir dos ventos. Mas hoje, no Brasil, fazer isso não é pra qualquer um. O investimento é salgado, cerca de 15 mil reais. Mas, no dia-a-dia, além do cuidado de comprar equipamentos que consumam menos energia, Carlos Penna observa outro aspecto que poderia poupar energia: a roupa que usamos.
“Tem prédios enormes no Rio de Janeiro, que é uma cidade quentíssima, em que as pessoas trabalham de paletó e gravata. E como que eles fazem pra poder aguentar isso? Eles têm que usar o ar condicionado muito forte. Isso gera um consumo de eletricidade violento. Isso é um gasto de energia, é um risco ao meio ambiente, porque você tem muito ar-condicionado que ainda utiliza freón, que é um gás nocivo à camada de ozônio, ou seja, você tem uma pegada ecológica, uma maca ecológico que você cria no meio ambiente muito ruim.”
Ok, usar terno é um hábito cultural. Mas, no mínimo, é algo pra se pensar. Principamente no Brasil, país tropical que realmente penaliza quem precisa usar roupas mais formais. Será que as pessoas já conversaram sobre isso no ambiente de trabalho?
E no supermercado, você já se perguntou como são feitas as embalagens dos produtos que compra? A educadora ambiental Berenice Adams destaca que quanto mais sofisticada é a embalagem, mais energia ela gastou para ser feita, e geralmente, a reciclagem também é mais difícil.
“Por exemplo, um suco embalado em uma garrafa, que é até mais difícil, mas tem, ele é muito mais ambientalmente correto do que um suco embalado nas embalagens longa vida. Essas embalagens têm três tipos de produtos: o plástico, o papel e o alumínio, e são bastante difíceis de serem recicladas porque elas têm que ser desfolhadas, tem que separar o plástico, o papel e o alumínio.”
Berenice Adams coordena um projeto de educação ambiental. Ela dá uma dica simples: tudo o que produz fumaça, vapor, luz ou ruído provoca aquecimento. Ou seja, desligar ou diminuir o que provoca luz ou barulho significa economizar energia. Televisão, computador, ar condicionado, muitas vezes são aparelhos que ficam ligados sem ninguém por perto. E diminuir a fumaça se reflete em pensarmos em como nos transportamos. O carro individual é pouquíssimo eficiente. Em vez disso, compartilhar o transporte é uma alternativa que pode ser negociada na família ou entre amigos.
“Utilização da bicicleta também, é bastante difundido, ou até a questão de se andar mais a pá. O que se percebe hoje é que é tão fácil pegar o seu veículo e ir para algum espaço, mas não há uma preocupação em relação a quem mais poderia estar fazendo isso comigo, ainda mais se é uma situação rotineira, uma situação sistemática.”
Bom, e eficiência energética também precisa ser considerada quando se compra um carro. Os veículos mais leves e com menor potência consomem menos combustível. Ou seja, emitem menos gases na atmosfera. Graziano Batistella é um jovem que mora em Goiânia, e é representante comercial. Perguntado se compraria um carro mais econômico e menos potente, ele vacila e acaba deixando essa tarefa para as mulheres.
“Eu falo como tal e pelos amigos que eu tenho, que papo de homem é isto também. Então, realmente é cultural, acredito que sim, não é? Para mulher seria muito mais fácil, né? Aí vem aquela parte positiva, né? Tá tendo muita mulher dirigindo. Então, já é um público que abriria mão com facilidade d´um carro com uma potência maior, com um conforto maior, né? Deixa essa tarefa com as mulheres, então? É… Isso é bom, isso é bom.”