GLAUCO DINIZ DUARTE Altas temperaturas elevam consumo de energia em 6,5%
Dados preliminares de medição coletados entre os dias 1º e 31 de janeiro indicam aumento de 6,5% no consumo de energia elétrica no país, quando comparados ao mesmo período de 2018. As informações são do boletim InfoMercado Semanal Dinâmico, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, que traz dados prévios de geração e consumo de energia, além da posição contratual líquida atual dos consumidores livres e especiais.
A alta temperatura registrada em janeiro foi o principal motivo para o crescimento do consumo de energia no Sistema Interligado Nacional – SIN, que alcançou 67.705 MWmédios. Isso significou 4.116 MWmédios acima dos 63.589 MWmédios consumidos ao longo de janeiro de 2018, quando as temperaturas foram mais amenas.
O Ambiente de Contratação Regulado – ACR (cativo), no qual os consumidores são atendidos pelas distribuidoras (onde estão inseridos os consumidores residenciais, comerciais, industriais, rurais, serviços, iluminação pública e outros), teve aumento de 7,3% no consumo, número que leva em conta na análise a migração de consumidores para o mercado livre (ACL). Caso esse movimento dos agentes fosse desconsiderado, o consumo seria 8,5% maior.
No Ambiente de Contratação Livre – ACL, no qual as empresas compram energia diretamente dos fornecedores (com consumidores de atividade industrial/comercial/serviços), o consumo cresceu 4,5% quando a migração é incluída na análise. Sem a inclusão das novas cargas oriundas do ACR, o consumo teria aumento de 1,4%.
Dentre os ramos da indústria avaliados pela CCEE, incluindo dados de autoprodutores, varejistas, consumidores livres e especiais, os setores de bebidas (+9%), transportes (+8,2%) e de serviços (+5,5%) foram os segmentos com maior evolução no consumo, quando a migração não é considerada na análise. Por outro lado, dois setores apresentaram retração no consumo, dentro do mesmo cenário sem migração: veículos (-2,9%) e têxtil (-1,8%).
O InfoMercado Semanal Dinâmico também apresenta estimativa da produção das usinas hidrelétricas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia – MRE, em janeiro, equivalente a 162,2% de suas garantias físicas, ou 55.136 MWmédios em energia elétrica. Para fins de repactuação do risco hidrológico, o percentual é de 100,3%.