Glauco Duarte Diniz – porque energia solar não é largamente explorada
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, relativamente ao problema da energia e de todos os outros que lhe estão associados, a sociedade humana encontra-se numa encruzilhada com dois caminhos possíveis (DUVIGNEAUD, 1980). O primeiro conduz à uma rápida expansão de altas tecnologias centralizadas (tecnologias de ponta) que aumentarão o fornecimento de energia, sobretudo na forma de eletricidade; baseia-se na utilização da energia nuclear e dos combustíveis fósseis. O segundo assenta-se no rápido desenvolvimento da utilização em quantidade e qualidade das fontes de energia renováveis (tecnologias alternativas, descentralizadas); a curto e médio prazo, estas tecnologias alternativas deverão ser combinadas com tecnologias transitórias, que utilizarão com conhecimento de causa os combustíveis fósseis, cujas reservas ainda são consideráveis.
As principais fontes de energia renováveis são oriundas sobretudo da energia solar, que podem ser divididas em duas formas:
A energia solar direta, que inclui:
– conversão direta fotovoltáica em eletricidade (células solares);
– conversão indireta por produção de vapor (centrais térmicas);
– produção de calor para o aquecimento direto da água;
– produção de biomassas (bioconversão) pela fotossíntese das plantas.
A energia solar indireta, com:
– a hidroeletricidade (barragens hidráulicas, moinhos de água);
– a energia eólica (força do vento);
– a energia geotérmica (diferenças de temperaturas entre a superfície e a profundidade das terras e dos mares);
– a energia das marés (variações diárias do nível das águas do mar);
– as células combustíveis, que utilizam o princípio de aproveitamento da energia do hidrogênio através de um combustível, que pode ser originado de fontes renováveis, como o biogás.
A fixação física da energia solar apresenta alguns inconvenientes, entre eles o fato de estar a energia solar espalhada por superfícies imensas e difusas, sendo necessário concentrá-la. E a problemática do uso de acumuladores químicos (baterias), que são causadores de grande impacto ambiental. Já está disponível tecnologia de aproveitamento solar sem a necessidade de baterias, que interliga à rede elétrica pública as placas fotovoltaicas. Porém essa tecnologia necessita da rede elétrica e ainda não está competitiva em relação ao custo do quilowat-hora gerado.
Esses inconvenientes não existem no caso dos tapetes vegetais, que podem captar a luz na quase totalidade da superfície dos continentes e dos oceanos, elaborando através do funcionamento dos ecossistemas as mais diversas biomassas, e que podem acumular a energia solar sobre diversas formas, como madeira, produtos agrícolas ou outros materiais biológicos diversos (manta morta, húmus, turfa), que é possível armazenar durante muito tempo e recuperar quando se deseja.