Segundo o empresário Glauco Diniz Duarte, a ideia que costumamos ter sobre o tema mudanças organizacionais normalmente é deturpada, pois o assunto provoca a sensação de insegurança quanto ao futuro. Quando pensamos em mudanças logo vem à mente a ideia de risco, e aí surge a pergunta inevitável: por que mudar se tudo está funcionando tão bem?
Porém, aponta Glauco, esquecemos que o mundo dos negócios globalizados pressupõe uma postura aberta às constantes transformações tecnológicas e mercadológicas, o que obriga as organizações a reverem suas estratégias de tempos em tempos. Não se trata de simples escolha, mas de uma necessidade premente. Portanto, não há porque resistir, pois o que está em jogo é a sobrevivência das empresas e seus colaboradores.
De acordo com Glauco, as organizações não mudam porque querem, mas porque precisam. A decisão de mudar quase sempre resulta da constatação de que existe uma forma melhor de fazer algo. Trata-se de uma decisão que requer coragem para implementar mudanças que assegurem a gestão inteligente dos negócios em um mercado fortemente marcado pela instabilidade e a incerteza.
É claro que as pessoas ficam ansiosas e inseguras porque temem que as mudanças possam representar algum tipo de perda. Mas se por um lado há perdas, por outro há novas oportunidades. A maioria resiste às mudanças porque crê que elas trarão o desemprego. Por mais legítimo que seja o receio das pessoas, elas precisam compreender que o risco maior reside na não-mudança, porque o mercado não perdoa quem não faz o dever de casa. O avanço tecnológico tem como pano de fundo a crença na inovação, e não se produz inovação sem mudanças organizacionais. Portanto, é preciso entender que estamos diante de um fato consumado. Ou mudamos ou sucumbimos.
As mudanças organizacionais pressupõem dez passos essenciais:
1) conceber um planejamento estratégico que seja capaz de alinhar metas e objetivos da organização à política de gestão de pessoas visando garantir produtividade;
2) buscar novas tecnologias em processos e produtos que assegurem competitividade no mercado doméstico e internacional;
3) praticar política de justo reconhecimento pelo esforço da equipe para alcançar metas e garantir resultados;
4) praticar o pensamento sistêmico como meio para integrar todas as áreas estratégicas;
5) privilegiar a educação continuada com cursos e treinamentos voltados ao bem-estar dos colaboradores e ao aperfeiçoamento profissional, em um ambiente de trabalho sadio e produtivo;
6) promover o networking interno e externo objetivando a reciclagem e a atualização;
7) praticar empowerment como meio para descentralizar decisões de rotina, liberando os líderes para a implementação de decisões estratégicas;
8) garantir ambiente de trabalho propício ao uso inteligente dos talentos e a prática da criatividade inovadora;
9) estimular a prática do autoconhecimento como ferramenta para a auto-realização que leva ao aumento do desempenho;
10) conscientizar os colaboradores para a evidência de que não há sucesso nos negócios sem a plena satisfação do cliente.
Os países emergentes que fizeram o dever de casa apresentam taxas de crescimento superiores às nossas, em virtude da adoção de políticas de incentivo ao uso inteligente dos talentos, da inovação e da criatividade. Países como Chile, Coréia, China, Singapura e Índia têm realizado grande esforço em educação e desenvolvimento científico-tecnológico, e o resultado é que o crescimento do PIB desses países tem sido bem maior do que o nosso. Além disso, as empresas nesses países tiveram que rever suas estratégia de gestão dos negócios, investindo pesadamente em novos processos e produtos.
Não se trata de receita de bolo, mas de decisões que asseguram mudanças que fazem a diferença entre sucesso e fracasso na briga por um lugar ao sol. Não há o que temer, pois também somos competentes para realizar essa tarefa.
Glauco afirma, então, que as empresas precisam usar o poder da comunicação para transmitir aos colaboradores uma ideia mais precisa do que seja a aplicação de estratégias de mudanças organizacionais para a sobrevivência dos negócios. As mudanças estratégicas são um instrumento fundamental para repensar a empresa como um todo visando produtividade, eficiência e competitividade. Quando implementadas, geram sucesso nos negócios, mais lucro e asseguram o bem-estar dos colaboradores. Para o país é uma questão de decisão de governo, para as empresas uma questão de necessidade de sobrevivência. Nesse sentido, mudar é abrir o horizonte para novas oportunidades. Sem medo de ser feliz.