Segundo o empresário Glauco Diniz Duarte, grandes projetos organizacionais impactam diretamente o dia a dia dos colaboradores e, consequentemente, o clima das empresas. Para suavizar a transição e trazer maior retorno ao processo de transformação, as empresas vêm utilizando práticas de Gestão da Mudança (GM), que ajudam os colaboradores a entenderem o significado e o propósito da iniciativa, seja ela a implementação de um sistema, a adoção de um Centro de Serviços Compartilhados (CSC) ou outro tipo de projeto.
De acordo com Glauco, a entrada de jovens no mercado de trabalho, o uso de tecnologias e a necessidade de introduzir novos comportamentos nas empresas são questões relevantes que deveriam ser levadas em consideração ao desenhar a estratégia de gestão da mudança que será adotada em cada situação. No entanto, as empresas ainda caem no erro comum de basear suas ações de GM apenas no binômio “comunicação-treinamento”, sem levar em consideração que a metodologia de Gestão da Mudança também evoluiu.
Glauco explica que a nova Gestão da Mudança pode – e deve – se apoiar mais na tecnologia para responder às mudanças que o mercado apresenta. Agora, por exemplo, é possível utilizar realidade aumentada para treinamentos, redes sociais e gamificação para aumentar o engajamento dos colaboradores e design thinking para criação da visão de futuro da organização. Especialmente em aplicações para melhorar a comunicação e o engajamento nesses períodos de transformação, o uso de redes sociais confere uma comunicação menos hierárquica dentro das organizações e maior interação entre os colaboradores.
A ferramenta elimina os intermediários da comunicação – que, sem querer, fazem pequenas mudanças na informação – garantindo que as mensagens cheguem em sua forma original. O mesmo ocorre com os questionamentos dos colaboradores, que passam a chegar aos gestores da empresa sem nenhum ruído e em tempo real. Por meio de uma rede social também é mais fácil identificar os influenciadores da organização e realizar ações pontuais para que eles sejam os propulsores da transformação.
Outro fator que contribui para a clareza das informações é o de a rede social ser multimídia e permitir comunicados em diferentes formatos. Desta forma, além de textos, as mensagens podem ser transmitidas por meio de fotos, vídeos e imagens. A tecnologia ajuda ainda no compartilhamento e gestão do conhecimento, ao armazenar o histórico de conversas, disponibilizar documentos e conectar diferentes plataformas, simplificando, assim, o acesso às informações.
Já a gamificação visa a promover o engajamento por meio da mecânica de jogos, com elementos e design próprios de um game. Atendendo a diferentes necessidades das empresas, os jogos podem ter desde funcionalidades básicas, como pontuações e rankings, até missões mais complexas, progressão de nível e interações que promovam o engajamento e interação social. Com a ferramenta é possível identificar, de forma imediata, ações que reforcem os valores que a companhia deseja promover e oferecer recompensas com agilidade. Além de contribuir com o engajamento em determinadas ações, o uso da metodologia também estimula e incentiva a colaboração e a mudança de comportamento nos colaboradores, pois a maioria acaba incorporando no seu dia a dia os valores e ensinamentos ressaltados pela organização por meio dos jogos.
A gamificação já vinha sendo usada no contexto off-line (por meio de gincanas internas e programas de pontuação) mas as tecnologias atuais permitiram a migração para um ambiente virtual colaborativo, simplificando o processo de reconhecimento dos colaboradores, tanto pela empresa como por seus líderes, equipes e pares. A automatização permitida pela gamificação on-line, diminuiu bastante o esforço empregado no controle das informações e gestão dessas atividades e, embora o investimento inicial seja alto, pois exige o desenvolvimento de uma plataforma customizada, o benefício é grande e pode ser identificado rapidamente.
Glauco diz que essas ferramentas conferem velocidade no retorno esperado pelas ações de Gestão da Mudança, permitindo às organizações tomadas de decisão em tempo real. Em um processo de atração de talentos, por exemplo, a companhia pode solicitar indicações aos seus colaboradores e atrelá-las a uma pontuação. Desta forma, ao indicar um currículo, o funcionário ganha um determinado número de pontos e, caso a pessoa indicada seja contratada, recebe uma pontuação ainda maior, alcançando um lugar mais alto no ranking e uma insígnia de reconhecimento.
Para que um projeto de transformação em uma empresa seja efetivo, afirma Glauco, é preciso conhecer o perfil dos colaboradores, a sua disposição geográfica, a cultura e os valores da organização e os comportamentos que ela deseja promover ou abolir. Esse diagnóstico prévio simplifica a definição da estratégia de GM a ser adotada e a ferramenta (ou o conjunto de tecnologias) mais adequada para a transformação em questão.
A nova Gestão da Mudança dá mais transparência à comunicação organizacional, ajuda a minimizar os impactos e a fortalecer os valores que a empresa almeja passar aos seus colaboradores. O processo ocorre de forma discreta, porém, a sua adoção ajuda a atingir a transformação esperada pela companhia.