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Intraempreendedorismo: um caminho seguro para aprender a empreender

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

O empresário Glauco Diniz Duarte afirma que antes de começar o seu próprio negócio, muitos empreendedores se preparam para reduzir os riscos de fracasso. O caminho tradicional desta preparação é pela realização de cursos e muita leitura na área. No entanto, muitos dos futuros empreendedores escolhem outro caminho para acumular a experiência, contatos e conhecimentos necessários para sua formação: Trabalhando primeiro para outras empresas. De uma forma geral, estes empreendedores que atuam no seu próprio emprego são conhecidos como intraempreendedores ou empreendedores internos.

Segundo Glauco, eles têm as mesmas características dos empreendedores, incluindo a capacidade de assumir riscos, vender suas ideias e perceber oportunidades onde outros não veem. Muitos nunca pensaram em empreender antes de identificar no emprego boas oportunidades para ter os seus próprios negócios, mas vários querem empreender desde o começo e preferem trabalhar para uma empresa a fim de testar ideias, aprender com os erros e preparar-se para um dia ter seu próprio negócio. Para as empresas, incentivar o comportamento empreendedor de seus funcionários é um caminho em busca da inovação e da competitividade. Muitas empresas de internet e tecnologia adotam esta prática.

Glauco explica que para o funcionário intraempreendedor, a vantagem de contar com uma estrutura para desenvolver sua ideia de negócio é suplantada pelo fato de quase nunca terem direito sobre o que eles criam. Por isso, a despeito da proteção de uma boa marca e um ambiente favorável à inovação, muitos intraempreendedores acabam abandonando o emprego para iniciar seu próprio empreendimento. O grande desafio dos líderes de hoje é tornar o ambiente corporativo tão atrativo aos intraempreendedores que eles desistam de sair para montar o próprio negócio.

Glauco diz que 58% dos gerentes corporativos querem apoiar seus funcionários que buscam novas oportunidades de negócios. Os gerentes acreditam que seus melhores funcionários vão além da sua descrição de cargo e assumem responsabilidades adicionais fora de suas atividades diárias. Seus projetos são inovadores, fora da caixa e com alto valor agregado para a empresa.

Intraempreendedores trabalham mais, são mais produtivos e sua criatividade e paixão são contagiosas, gerando benefícios para toda a equipe. Contar com um forte apoio do chefe minimiza o desejo de sair do emprego. Por outro lado, um dos motivos mais citados de abandono da carreira corporativa é justamente a falta de alinhamento com o chefe.

Normalmente, a enorme pressão para se concentrar nas responsabilidades do cargo impedem uma mudança de foco para explorar uma oportunidade. Embora empresas inovadoras abracem o espírito empreendedor de funcionários como forma de alavancar os negócios, na prática, o funcionário tem medo de ser demitido se arriscar-se a fazer algo diferente das suas obrigações, mesmo com a intenção de trazer valor para a empresa. A maioria das empresas ainda não têm programas de empreendedorismo corporativo formais, por isso ainda não é uma opção de carreira para os funcionários. Todos estes são fatores que acabam por aumentar os incentivos para o empregado implantar suas ideias com seu próprio negócio.

Quando o funcionário pode testar suas ideias sob a proteção do ambiente corporativo, que fornece os recursos e assume os riscos, o intraempreendedorismo acaba se tornando um trampolim para o empreendedorismo. Segundo Glauco, cerca de 94% dos intraempreendedores acreditam possuir as habilidades necessárias e conhecimento para começar seu próprio negócio e 76% dizem que o medo do fracasso não os impediria de começar seu negócio. Poucos, no entanto, sabem que ser um intraempreendedor bem sucedido não necessariamente leva a um empreendedor bem sucedido, pois as características de ambos são diferentes.

Além das diferenças já mencionadas, enquanto o intraempreendedor não assume os riscos, o empreendedor só divide o risco com seus sócios. O intraempreendedor goza de autonomia, mas continua tendo um chefe, já o empreendedor, apesar de não ter chefe, por outro lado, tem que prestar contas a muitas pessoas. O intraempreendedor não precisa conhecer todo o negócio, como o empreendedor. O intraempreendedor interage bem menos com o meio externo do que o empreendedor.

Estas e outras diferenças mostram que a carreira executiva é bem diferente da carreira empreendedora e que, enquanto o mundo corporativo pode representar um grande passo no processo de aprendizado do empreendedor, por outro lado, não pode causar a má impressão de que um excelente executivo se tornará um excelente empreendedor. Da mesma forma, empreendedores que escolhem uma experiência corporativa como parte do seu processo de aprendizado, pode perfeitamente rever seus conceitos sobre a carreira empreendedora ao descobrir vantagens como intraempreendedor que o negócio próprio não propiciaria. Não é demérito seguir uma carreira intraempreendedora em detrimento da empreendedora se esta escolha atender as mesmas necessidades e aspirações que a pessoa buscaria como empreendedora. Nem todos nasceram para serem empreendedores.

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