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GLAUCO DINIZ DUARTE – Itaipu utiliza tecnologia de última geração para mapear usina

Na quarta-feira (31), um helicóptero com técnicos especializados e equipamentos de última geração a bordo iniciou um levantamento sobre a usina e imediações. É o perfilamento a laser, sistema aerotransportado para o mapeamento do terreno que permite a aquisição de dados posicionais tridimensionais da superfície, com alta precisão. As informações geradas vão formar uma base cartográfica com muitas possibilidades de aplicação na Itaipu.

O trabalho vai abranger uma área de 106,11 km² que inclui, além da hidrelétrica, as vilas A, B e C, em Foz do Iguaçu. A fase de coleta de dados prevê 18 horas de voo, que podem durar vários dias, de acordo com as condições do tempo. A empresa contratada via licitação para executar o serviço é a Hansa Geofísica e Aerolevantamento, parceira de uma holding alemã, detentora da tecnologia.

A atividade é acompanhada de perto por profissionais da Superintendência de Obras e Desenvolvimento da Itaipu, numa parceria entre as divisões de Apoio Operacional e de Estudos. “É uma tecnologia nova, sem igual no Brasil, que apresentamos ao Board de Consultores Civis da usina, ano passado”, explica Luiz Paulo Johansson, gerente da Divisão de Apoio Operacional. “O serviço foi, então,
recomendado pelos consultores”, lembra.

O trabalho da Hansa é fiscalizado pelo gestor do contrato, João Paulo Bueno do Prado, também da Divisão de Apoio Operacional. Segundo ele, o perfilamento a laser não apenas atenderá às recomendações do Board como também será útil às diversas atividades estratégicas da binacional. “Permitirá o mapeamento tridimensional das linhas de transmissão e das barragens de terra, enrocamento e concreto, além da construção de uma base cartográfica altimétrica precisa e da obtenção de informações importantes relacionadas à área florestal, como a estimativa de biomassa e a altura média do dossel, relevantes para o monitoramento de reflorestamentos”, afirma.

Como funciona

O perfilhamento a laser contratado pela Itaipu emprega o Lidar (Light Detection and Ranging) – sistema de Sensoriamento Remoto Ativo que integra três tecnologias: o próprio equipamento Lidar, gerador do pulso laser; o posicionamento por satélite, por meio do Sistema de Posicionamento Global – GPS (Global Positioning System); e medidas da atitude da aeronave (ϰ,φ,ω) com uma unidade de medição inercial – IMU (Inertial Measurement Unit). “É um dos sistemas mais precisos para se obter dados altimétricos, capaz de detectar as elevações do terreno e a altura de edificações e de árvores, por exemplo”, diz Prado.

Segundo o gestor, o princípio de funcionamento do Lidar é bastante simples. Os pulsos de laser são gerados e emitidos pelo sistema. Com o auxílio de um espelho de varredura, o feixe laser é distribuído por toda a largura da faixa “escaneada”. Os objetos atingidos pela luz laser refletem o pulso emitido e parte de sua energia volta para o equipamento Lidar – determinando a medida da distância entre o sensor e o objeto iluminado no intervalo de tempo entre a emissão e a reflexão (retorno) do pulso.

Entre as principais vantagens da utilização deste conjunto, segundo Prado, estão a independência de fontes naturais de iluminação, a precisão altimétrica e a velocidade na obtenção e no processamento dos dados.

Etapas

O trabalho foi iniciado há dois meses, com o levantamento de pontos de controle sobre o terreno, que serão utilizados para o ajustamento espacial e a avaliação da nuvem de pontos e das fotografias aéreas geradas. Assim que a fase de sobrevoo for encerrada, os dados serão enviados e processados na sede da Hansa, no Rio de Janeiro (RJ). Essa etapa deve levar de dois a três meses. Em seguida, os produtos começarão a ser enviados à Itaipu, que fará a avaliação dos dados.

Em 2010

Em dezembro de 2010, a Itaipu fez testes com dois tipos de equipamentos de laser terrestre, para estabelecer uma espécie de inventário florestal e mapear as áreas verdes sob sua responsabilidade. O trabalho tem semelhanças com o perfilamento a laser aerotransportado, mas com uma diferença básica: um é feito em terra; o outro, de de cima, com o auxílio de uma aeronave.

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