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GLAUCO DINIZ DUARTE

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GLAUCO DINIZ DUARTE – A hidroelétrica ideal para estocar vento e viabilizar energias alternativas

Muito se zoou a Dilma por causa da bobagem de estocar vento, mas esse é um problema real que afeta todo o modelo de energias alternativas renováveis, e como não é possível estocar vento ou luz, essas tecnologias podem nunca se tornar majoritárias, mas há uma solução…

Existem dois grandes problemas envolvendo energias alternativas: O primeiro é que o consumo é variável. Durante o dia áreas residenciais apresentam baixo consumo, já áreas comerciais trabalham em alta. No final do expediente milhões de escritórios são fechados, as luzes apagadas, computadores desligados. Subitamente toda aquela demanda de energia desaparece e as usinas nucleares, termo ou hidroelétricas reduzem sua geração, para acompanhar a demanda.

Isso é importante, energia não pode ser criada ou destruída, se você continuar injetando sei lá, 1.21GW na rede e essa energia não tiver pra onde ir, coisas ruins acontecem.

Com uma hora depois, quando as pessoas estão chegando em casa, usam chuveiros elétricos e ligam o ar-condicionado. Caso essa demanda não seja atendida a energia da região cai abaixo de valores mínimos e temos um blecaute. Por isso as usinas começam a queimar mais nêutrons, a verter mais água e a demanda é atendida.

Como você faz isso com uma usina elétrica ou solar? Não dá pra forçar uma célula solar a gerar menos energia. Quer dizer, até dá, só colocar na sombra, mas aí você tem uma capacidade instalada subutilizada. e temos o problema dos dias nublados e da duração variável do dia, durante as estações do ano.

Se você tem um momento de alta demanda e cai justamente num dia chuvoso e sem ventos, já era, seu lindo sistema de energia alternativa vai pras cucuias e os cidadãos da sua cidade vai exigir que você reabra a termoelétrica que gera eletricidade queimando filhotes de panda, que seja.

Você pode atenuar isso usando bancos de baterias como os que a Tesla instalou na Austrália, mas é uma solução muito cara, não escala para cidades inteiras. Somente usinas tradicionais conseguem a potência e a agilidade para atender a demanda variável do mercado de energia. Felizmente esse mesmo mercado sem-querer já achou a solução pro nosso problema!

Essa solução surgiu de pura especulação, uma forma de ganhar dinheiro com o mercado de energia, que é incrivelmente complexo, com custos variáveis de acordo com a hora do dia.

Em terminados momentos a oferta de energia é grande demais, e essa energia precisa ir para algum lugar, então as geradoras vendem a um preço bem em conta. Em outros momentos a demanda é muito alta, as pessoas realmente precisam de energia naquele momento. As geradoras cobram mais caro das distribuidoras, que não tem saída a não ser pagar. (nota: eu simplifiquei EXTREMAMENTE o processo)

Um belo dia alguém imaginou: “E se a gente pudesse comprar energia barata, armazenar, e quando a demanda estivesse em horário de pico a gente revendesse essa energia, com lucro?”

Mesmo seguindo o conselho dos advogados e respeitando as Leis da Termodinâmica, é possível obter lucro, a diferença entre o custo da energia na alta e na baixa demanda compensa o investimento, que não é pouco.

A solução escolhida para estocar energia é transformar a energia elétrica da rede em energia gravitacional potencial, uma descrição altamente sofisticada de algo tão simples quanto levar um balde morro acima.

Uma hidroelétrica convencional usa o fluxo de um rio represado para mover turbinas e gerar eletricidade. São obras imensas que afetam o ecossistema e o microclima de áreas de milhares de quilômetros quadrados. Já uma hidroelétrica de bombeamento é bem diferente, se parece com isto:

O conceito é besta, simples mesmo: Quando a eletricidade é barata, bombas enchem o reservatório no alto com água do lago inferior. Nas horas em que a eletricidade é cara, a água é usada para acionar os geradores na base da colina, produzindo eletricidade que é repassada para o sistema, com lucro.

Esse tipo de armazenamento de energia é  mais usado no mundo 95% da energia mundial armazenada utiliza esse modelo de hidroelétrica. Estima-se que um total de 184 Gigawatts estão disponíveis nessas usinas, isso dá 13.1 Itaipus ou 152 DeLoreans.

No Japão há usinas que usam água do mar, que é mais corrosivo pros equipamentos mas tem a vantagem de não precisar de um lago de escoamento. Um bom exemplo dessa tecnologia é a Usina Limmern em Linthal, na Suíça. Eles usam turbinas da GE que funcionam tanto como bomba quanto como gerador, o que economiza horrores, você não precisa duplicar o encanamento.

Ou seja: O grande problema das energias alternativas na realidade não existe, a não ser em lugares onde realmente seja inviável construir esse tipo de usina, ou em países tão incompetentes que constroem o parque eólico mas esquecem de fazer as linhas de transmissão.

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