Glauco Duarte Diniz – Economia e mercado imobiliário

Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, a compra da casa própria é o sonho de grande parte dos brasileiros. Na década de 2005 a 2015, muitos conseguiram realizá-lo e entraram em financiamentos por um período de até 30 anos para conseguir bancar a compra de um imóvel. Com juros de financiamento baixos, emprego estável e acesso fácil ao crédito, a demanda por casas e apartamentos cresceu consideravelmente, o que fez os preços dispararem. Você já parou para pensar como o Ciclo Econômico impacta o Mercado Imobiliário? Este post tem o objetivo de abordar este conceito!

Quando a Avaliação Imobiliária é realizada para definir o valor de um imóvel, muitos fatores são levados em consideração para se chegar a um preço determinado. A localização do imóvel, infraestrutura que a região oferece, a qualidade dos materiais de construção que serão utilizados, potencial de valorização no curto, médio e longo prazos e a oferta de transporte público são alguns dos pontos considerados. Esses estão diretamente ligados ao uso do imóvel.

A economia brasileira se mostra instável há muitos anos, vivendo períodos de crescimento econômico, seguidos de recessão e até mesmo uma depressão econômica, como a registrada em 2015. Neste momento, o Brasil passa por um período tímido de recuperação da atividade econômica. A expectativa é que volte a crescer.

De 2005 a 2015, o país registrou forte crescimento econômico, ganhando destaque na imprensa internacional por ter se mostrado um país com grande potencial. Esse bom momento da economia fez com que os imóveis tivessem valorização crescente em seu preço de venda, na faixa de 15% ao ano. Ou seja, um imóvel que custava um preço em 2005, estava valendo 4 vezes mais em 2015.

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Influências do Ciclo Econômico

Além de todas os pontos estruturais apresentados neste post, o preço final de um imóvel é muito influenciado pelas etapas do Ciclo Econômico. Dependendo do momento em que a economia está, o valor da casa ou do apartamento será diretamente afetado, ficando mais caro, se mantendo estável ou, em casos mais raros, mais barato.

Para entender os impactos do Ciclo Econômico no Mercado Imobiliário, é importante conhecer as diferentes fases do Ciclo Econômico:

• Auge: ponto mais alto de todas as fases do Ciclo Econômico. Nesta fase, a taxa de desemprego atinge o nível mínimo, a economia opera em potência plena e todos os recursos de trabalho e capital disponíveis no país são focados na produção.

• Recessão: representa a segunda fase do ciclo, um período descendente marcado pela queda no volume da produção e da atividade empresarial, bem como pelo aumento do desemprego.

• Depressão: o ponto mais baixo do Ciclo Econômico, quando a produção despenca e o número de desempregados cresce. Fase de escassez na demanda dos consumidores por bens de consumo.

• Recuperação: é quando começa o processo de superação da crise, marcado pela retomada da produção e aumento da taxa de pessoas empregadas. A inflação se mantém baixa enquanto a produção econômica não volta aos níveis plenos.

De 2005 a 2015, a economia brasileira viveu anos de auge, o que impulsionou fortemente para cima o preço dos imóveis. O governo viveu um momento generoso, tornando o crédito mais barato para financiamentos em até 240 meses, tempo médio usado pelos brasileiros para quitar a casa própria. Chegou a financiar 80% do valor do imóvel, tornando atrativa a aquisição de um novo imóvel.

Com a valorização imobiliária em 15% ao ano, o brasileiro enxergou nesse ramo uma forma de criar riqueza ao comprar um imóvel. Aguardava um período médio de 3 anos para que ele se valorizasse, e o vendia a um valor consideravelmente maior do que pagou. Essa alta no preço é possível durante o momento de auge do Ciclo Econômico.

Mas, em 2015 a crise chegou ao seu nível máximo, também conhecida como a fase de depressão do Ciclo Econômico. Isso fez com que muitas pessoas perdessem seus empregos, não tivessem mais condições de conseguir crédito e deixassem a compra da casa própria para depois. O governo diminuiu sua generosidade, financiando apenas 50% do valor do imóvel, fazendo com que o comprador precisasse pagar uma entrada maior.

Para os próximos anos, a expectativa é de que a economia viva um período de recuperação. Mas, ao mesmo tempo, o preço dos imóveis deve se manter mais estável, já que teve um crescimento fora do normal durante a década de auge da economia brasileira.

O Ciclo Econômico e o Mercado Imobiliário

O valor dos imóveis está diretamente ligado ao Ciclo Econômico e, assim como é importante conhecer a qualidade do material de construção a ser usado, a localização do imóvel, infraestrutura de serviços da região e malha de transporte público, também é essencial entender em que fase do Ciclo Econômico o país está.

O cidadão que trabalha e sente os efeitos da economia diretamente no seu bolso terá comportamentos diferentes se o país estiver vivendo o auge, a recessão, a depressão ou a recuperação econômica.

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