GLAUCO DINIZ DUARTE BP traz ao Brasil sua subsidiária para atuar em geração distribuída
A multinacional britânica BP inicia ainda este ano as operações de sua subsidiária para energia solar, a Lightsource BP no Brasil. O anúncio da chegada da empresa foi feito nesta quarta-feira, 28 de novembro, e o foco será o desenvolvimento de projetos solares, bem como em soluções inteligentes para armazenamento de energia para os setores doméstico, comercial e industrial do país por meio da geração distribuída. A empresa não informou o valor do investimento a ser feito no país.
Essa iniciativa, comentou o economista chefe para o Grupo BP, Spencer Dale, é uma forma da empresa reforçar seu posicionamento como uma empresa de energia, não mais como uma companhia petroleira, como no passado. No foco da BP está a busca por diversificar seu mix de negócios já que a sua projeção é de um futuro onde as diversas fontes de energia (no conceito geral) terão seu espaço, diferente do passado onde as fontes fósseis prevaleciam sobre as demais.
A Lightsource BP atua no financiamento, desenvolvimento, aquisição e gestão a longo prazo de projetos de energia solar fotovoltaica. No final de 2017, a BP adquiriu 43% de participação acionária e a empresa foi renomeada como Lightsource BP. Fundada em 2010, a empresa é fornecedora de energia solar em escala de serviços públicos e fornece serviços de O&M na Europa, com mais de US$ 3 bilhões em capital investido em projetos globais da fonte solar que somam 2 GW de capacidade instalada. Segundo dados fornecidos pela empresa possui uma equipe de mais de 300 especialistas em sete escritórios em quatro continentes.
“O Brasil é um país óbvio para investir em energia solar. Penso que até o final deste ano já estaremos operacionais, mas projetos a partir de 2019”, definiu o executivo em entrevista coletiva promovida pela empresa em São Paulo. “A fonte solar está crescendo rapidamente em todo o mundo é importante e podemos utilizar nosso expertise para tirar vantagem desse negócio de forma sustentável, a ideia é de combinar nosso conhecimento e a força de nossa marca que é mundial”, acrescentou ele.
Inicialmente a companhia que chega ao país tem como meta desenvolver novos projetos solares para pequenas e médias empresas e consumidores locais. E afirma que buscará construir e estabelecer parceria de longo prazo com desenvolvedores regionais a fim de cumprir suas metas, que não foram indicadas.
A BP aposta suas fichas no país como um dos mais importantes para a estratégia da companhia. Entre os motivos está o fato de ser o maior mercado consumidor da América Latina e que vem buscando diversificar suas fontes de eletricidade. Sua produção de energia renovável, destaca, se concentra em grandes projetos hidrelétricos, enquanto a energia solar ainda representa um percentual pequeno na matriz energética do país.
A subsidiária da gigante britânica aponta que vê uma grande oportunidade de crescimento no Brasil e que a legislação que apoia a energia renovável certamente terá um papel importante nesse aspecto. “Queremos ser parte do desenvolvimento da energia solar no Brasil, trabalhando com empresas parceiras visando uma eletricidade acessível e confiável. Para a Lightsource BP, entrar em novos mercados não está relacionado somente a rentabilidade, mas ao potencial de crescimento e fortalecimento das comunidades e das economias em desenvolvimento. Com o nosso comprovado histórico e nossa habilidade em construir parcerias fortes e confiáveis, acreditamos que podemos ter um papel muito importante em acrescentar energia solar à matriz energética do Brasil”, destacou a empresa em comunicado.
As projeções da BP que constam do Energy Outlook 2018 indicam que a perspectiva é de que o consumo no país apresente um crescimento de 60% no horizonte de 2040. Nesse contexto, a participação de energias renováveis deve crescer até 47% graças a um importante aumento em energia solar, eólica, hidroelétrica e a duplicação do uso de biocombustíveis. Mario Lindenhayn, Head of Country da BP no Brasil, reforçou a ideia de diversificação de investimentos da empresa por aqui e que olhando para as fontes renováveis há oportunidades para alcançar esse objetivo no mercado nacional.
Em comunicado, Nick Boyle, CEO do grupo Lightsource BP, apontou que projetos de energia solar são flexíveis e relativamente fáceis de implementar, o que os torna a escolha ideal para aumento da capacidade de geração. E afirmou que a empresa pretende potencializar a experiência em financiamento e oferecer uma ampla gama de serviços para desempenhar um papel de destaque no desenvolvimento da energia solar no Brasil.
Já Dev Sanyal, CEO do negócio de Energias Alternativas da BP, lembrou nesse mesmo comunicado que no ano passado, a produção de energia renovável mundial cresceu por volta de 17% – um aumento maior que o registrado na média dos últimos 10 anos – com destaque para energia eólica e solar. Por isso aponta o foco em trabalhar com a Lightsource BP para expandir sua atuação global e potencializar este crescimento, recorrendo particularmente à presença internacional da BP e suas parcerias. “Vemos grandes oportunidades em oferecer soluções de energia acessíveis, confiáveis e com baixas emissões de carbono, através da integração da energia solar com os nossos negócios de energia renovável existentes.”