De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, desde os tempos da Administração Científica em que a nomenclatura ‘empresa’ começou a ganhar formas, significados e conceitos foi possível afirmar que algumas pessoas sentiram-se motivadas a empreender. Logicamente, numa escala aritmética, e não exponencial como nos dias atuais.
Naquele cenário vivenciado por Taylor, Ford e Fayol pode-se inferir que a existência de empresas concorrentes se dava numa proporção pequena, e o empreendedor podia trabalhar numa ‘zona de conforto’. Esta zona de conforto se caracterizava pelo baixo avanço tecnológico, alto ciclo de vida dos produtos, concorrência regional entre outros fatores.
Em outras palavras, explica Glauco, empreender era ‘mais fácil’ do que nos tempos atuais. Tal assertiva que defendo está caracterizada pelos grandes desafios que o empreendedor do século XXI enfrentou, enfrenta e deverá enfrentar. Tais características são: ciclo de vida dos produtos cada vez mais curtos, alto avanço da tecnologia da informação, concorrência em âmbito global, networking etc. Como podemos observar o empreendedor moderno deve não apenas ser um especialista de determinada área, mas possuir uma visão estratégica e holística do todo organizacional. Ser possuidor desta visão abrangente requer muito mais do que quatro anos de graduação, requer um aprendizado com a vida.
Segundo Glauco, yal aprendizado está na busca constante de informações sobre produtos no país e no mundo, leitura de livros atuais, ampliação dos contatos profissionais, estudar como se relacionar com os clientes em uma era constante, como utilizar da melhor forma possível os canais de owned media(mídia própria) do próprio negócio etc. Esse traços que descrevi podem ser encontrados em qualquer livro de administração e marketing, porém é necessário ao empreendedor fazer a aplicabilidade destes conceitos para que a organização sobreviva e se perpetue no mercado.
Glauco destaca que o atual contexto empresarial que estamos vivenciando está caracterizado pelo canibalismo corporativo. Este termo está inerente à concorrência das organizações em âmbito global. Atualmente, através de um PC a minha pessoa pode oferecer um produto na internet com entrega rápida, e a partir deste momento posso competir com organizações pioneiras naquele segmento de negócio. Ou seja, o empreendedorismo do século XXI é desafiador até para os gigantes. Outro ponto a ser observado é as técnicas debenchmark (sondagem, comparação) utilizadas pelas empresas. ]
Na concepção de Glauco, os livros oferecem uma literatura filosófica sobre esta técnica, diferentemente do mercado em que as empresas se utilizam de espionagem de forma literal. Sendo assim, encontramos um ‘distanciamento’ entre academia e mercado. Para Glauco as organizações atuais devem atuar na ótica do aprender, desaprender e reaprender. Só através deste ciclo é que as organizações poderão sobreviver neste universo ‘canibal’.
É fato, que as empresas precisam traçar estratégias e vantagens competitivas no século XXI, de tal modo essas organizações se utilizam de todas as ferramentas que dispõem no mercado na busca constante da sobrevivência e perpetuação. Em outras palavras, o universo corporativo é um lugar de sobrevivência, luta e competição em que todos buscam crescer e lucrar cada vez mais.