A situação econômica do país gera diversas consequências e a principal delas é o desemprego. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dão conta de que entre setembro e novembro de 2015 – últimos dados divulgados pelo instituto – a população desocupada chegou a 9,1 milhões de pessoas.

Neste cenário, o empreendedorismo costuma ser o principal conselho dos especialistas em recrutamento, mas muitos profissionais não têm o perfil ou não querem se aventurar sozinhos. “Algumas pessoas preferem trabalhar em empresas e construíram carreiras de 15, 20 anos, por isso, esperam para retornar a trabalhos com os quais já têm intimidade, ou simplesmente não têm o perfil necessário para desempenhar as funções de empresário, que exige ferramentas específicas”, explica o empresário Glauco Diniz Duarte.

Para estes profissionais, Glauco dá algumas dicas importantes:
– autoconhecimento profissional: buscar conhecer e listar as competências que possui e outras que precisa desenvolver costuma ser muito eficaz na procura por recolocação. Conhecendo as fortalezas e fraquezas, o profissional consegue decidir o que fará para melhorar ainda mais seu currículo e a busca por um novo espaço no mercado.

– não esperar demais: muita gente perde o emprego e busca aproveitar o tempo livre para viagens ou descanso. A não ser que este profissional tenha uma reserva financeira muito grande, o ideal é começar a busca imediatamente após o desligamento.

– cursos: aplicar dinheiro de rescisão ou reserva financeira em cursos pode parecer arriscado, mas Glauco explica que cursos na área, além de renovarem conhecimentos, são importantes fontes de relacionamento com novos contatos. “Muitos profissionais vão buscar empregos, mas está há tanto tempo sem realizar cursos que ficam com currículos obsoletos, isso é agravante no momento de decisão entre um candidato e outro; é preciso ter constância na atualização e isso é investimento na carreira”.

– mudar de área: ter flexibilidade na busca pode ampliar o leque de opções. “Muitas vezes, quem perdeu o emprego depois de tanto tempo de colaboração nem sabe por onde procurar, mas sempre vale uma busca em atividades correlatas ou aquelas em que sempre teve vontade de atuar, mas nunca teve oportunidade”.

– networking: em alguns casos, o profissional fica muito tempo em uma única empresa e deixa de lado contatos que podem ser portas de entrada para novas oportunidades. Participar de reuniões de área, buscar seminários e encontros de órgãos como conselho regional profissional ou sindicato pode ser um caminho para ver e ser visto.

– redes sociais: o LinkedIn já se tornou ferramenta importante para a distribuição de currículos e contatos profissionais. O principal conselho do especialista é o de não restringir amizades: “encarar o espaço para ter o maior número de contatos pode ser o pulo do gato em uma indicação para vagas, muitas vezes as pessoas não aceitam pedidos de conexão nas redes sociais, pois querem ser seletivos, mas não é o momento. Quanto mais amizades virtuais profissionais tiver, melhor para ser lembrado em uma vaga”.

– currículo bem formatado: além dos aspectos visuais, a lista de experiências dos profissionais mudou muito de um tempo para cá. “Antigamente, profissionais que mudavam muito de empresas eram mal vistos pelos recrutadores; com a crise, isso se alterou, entende-se mais essas mudanças e as demissões são encaradas de forma mais natural”. Por isso, nada de deixar experiências em empresas e funções interessantes de fora só porque foram de curto prazo. Se a colocação é relevante, precisa estar listada no currículo.

Glauco explica ainda que é preciso ter paciência neste momento de crise: “o prazo normal de recolocação há alguns anos era entre 60 e 90 dias, hoje já chegamos há 180 dias”. De qualquer forma, a dica é acreditar no currículo e não perder tempo. “As corporações precisam de pessoas com experiências específicas que pode ser o caso de quem foi demitido com tanto tempo de empresa. Valorizar projetos e lembrar-se de conquistas é muito relevante para ser reaproveitado naquilo que mais sabe fazer”, complementa Glauco.